O cinema de Gaspar Noé traz uma transgressão de narrativa de imagens, ultrapassa as percepções que temos acerca do cinema e coloca o espectador como um ativo no momento em que reverbera qualquer sentido, estado ou presença naquele que vê.
"Dessa forma, pode-se pensar no/pelo cinema para além do simples ato de contemplar imagens e escutar sons, o que implicaria, além de ver e ouvir, poder-se também sentir plenamente as imagens audiovisuais através de uma ordem ou de uma dimensão corporal."
Dentro do universo teatral, diferentemente do cinema, já se tem como objetivo alcançar aquele que vê - o público - com o princípio e a intenção de que deve-se causar sensações, por vezes buscadas minuciosamente, ou simplesmente só almejando que seja o que for reflita e bata de volta para quem o faz.
A ideia desse cinema transgressor é ser levada para dentro do palco e transgredir o ver teatral, um rasgar o véu, colocando em xeque o espectador com por vezes o cerne da decisão, olhar para o que está sendo projetado, para o fazer teatral, para a atriz-câmera, para o ator ou para o espaço (que também entra na narrativa de imagens).
Porque falar sobre o Gaspar Noé?
“pode-se pensar no/pelo cinema para além do simples ato de contemplar imagens e escutar sons, o que implicaria, além de ver e ouvir, poder-se também sentir plenamente as imagens audiovisuais através de uma ordem ou de uma dimensão corporal.” PAG 17
“o corpo pode ser definido como uma força (...) dotada de certa ‘capacidade de ser afetada’; tal capacidade é ‘uma afetividade, uma sensibilidade, uma sensação’” (DELEUZE apud SHAVIRO, 2015, p.62).
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